sexta-feira, 11 de junho de 2010

Blues da noite

Eu guardo em mim o olhar mais efusivo de todos: aquele adeus.
Seu rosto se dissipando, se misturando aos outros tantos.
O vento da vida soprou se me levou pra lá... bem longe de você, que ainda está vem perto de mim. Dentro de mim.
Meu caminho não é de pedra, não é de terra e nem tem flor. Meu caminho é de água que eu bebo brindando ao meu amor. Esperando que a chuva fosse lágrima que brotou e se chorou. E que o horizonte fosse o desenho dos teus olhos me dizendo pra voltar.
Eu vou, eu fui. Eu só vou se for pra desligar a luz do quarto e deitar no cheiro brando do seu colo azul.
Noite azul. Céu azul.
Eu estou despindo meu coração para te dar o que eu tenho de melhor.

Lá vem a menina rosa...

Lá vem a menina rosa, toda prosa, vestida de renda da cor do mar.
E a menina dança.
Fecha os olhinhos como um bater de asas a voar.
Entra, menina rosa. Traz sua bossa, sua valsa bailando no ar.
E todos olham a menina prosa, com a sua rosa, sempre a rodar.
Ai, se Deus me ouvisse, o mundo inteiro sumisse e a menina rosa eu pudesse abraçar.
Então assim eu poderia te dizer, menina rosa, minha menina toda prosa, que eu sou feliz em ter você.
Me deixa, enfim, ser feliz com você.

Meu nome é saudade.

Meu nome é saudade.

Fico impressionada com o quanto de saudade a gente pode guardar dentro da gente.

Se saudade fosse uma cor, acho que seria cinza.
Se fosse um cheiro, seria o de terra molhada.
Se fosse um sabor, seria o de um café bem forte.
Se fosse um desejo, seria o de nunca existir.



Saudade é uma merda com gosto de chocolate.

Quem vai?

Bagagem

Não há nada tão crível que não possa ser duvidado.
Nem o futuro, presente ou passado.
Nem o nada, nem o tudo.
O antes e o depois.
Ou até mesmo atitudes de medo, ou palavras de amor.
E se preciso for, duvidarei de mim mesmo só para saber essa dor.
Mesmo que em segredo.
E na minha bagagem carrego só uma foto, um violão e um cobertor.
Porque ainda que eu não possa olhar tua face, terei uma foto pra relembrar.
Ainda que eu não possa ouvir sua voz, terei meu violão para desafinar.
Mesmo sem o seu abraço, terei meu cobertor para o frio não me fazer sentir.
E se nem isso me bastar, eu me autorizo a sentir o que for.
Seja sensato ou não.
E somente assim eu abro mão da minha dúvida.
Me sabendo pronta para despontar minha estrela e fazer brilhar minha solitária constelação.